O Perfume - a história de um assassino
França, século XVIII. O recém-nascido Jean-Baptiste Grenouille é abandonado pela mãe junto a restos de peixes em um mercado parisiense. Rejeitado também pela natureza, que lhe negou o direito de exalar o cheiro característico dos seres humanos, pelas amas-de-leite e por instituições religiosas, o menino Grenouille cresce sobrevivendo ao repúdio, a acidentes e doenças. Ainda jovem descobre ser dotado de imensa sensibilidade olfativa e parte em busca da essência perfeita, do perfume que lhe falta para seduzir e dominar qualquer pessoa. Nessa busca obsessiva, ele usurpa a essência dos corpos de suas vítimas.
"Como outrora na sua caverna, em sono-no-seu-sonho, no-seu-coração-na-sua-imaginação subia repentinamente o nevoeiro, o insuportável nevoeiro do seu próprio odor que lhe era impossível cheirar, porque ele não tinha odor. E, como nessa altura, foi invadido por um medo e uma angústia infinitas e julgou que morria asfixiado. Só que, contrariamente à vez anterior, não se tratava de um sonho, nem do sono, mas era a realidade pura e simples. E, contrariamente à vez anterior, não estava só na caverna, mas em pé numa praça, frente a dez mil pessoas. E, contrariamente à vez anterior, de nada lhe serviria gritar para acordar e libertar-se, nem voltar costas para se refugiar no mundo quente e salvador. Pois este aqui e agora era o mundo e este aqui e agora constituía a realização do seu sonho. E fora ele que assim o quisera". (pág. 229)
Fonte: Skoob
Postado por Bel
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