Tímido, antissocial e neurótico, mas também sensível, meticuloso e perspicaz, Lorenzo tem dificuldade de se comunicar com o mundo. Para realizar seu sonho de viver isolado, sem conflitos e sem colegas irritantes, esconde-se no porão de casa durante a semana branca – sete dias de férias que os jovens têm direito na Itália. Assim, cria um mundo particular onde pode ouvir música, assistir a filmes no computador, ler e se sentir à vontade. Sua semana de sonhos está pronta para começar quando, de repente, chega uma visita inusitada: a rejeitada meia-irmã Olivia.
Em Eu e você, o talento de Niccolò Ammaniti para criar personagens fortemente humanos, pelos quais é fácil afeiçoar-se, e sua capacidade de contar histórias comoventes reúnem-se em um relato sobre mentiras tão pueris quanto inescapáveis, promessas nunca cumpridas e tudo aquilo que se quer, mas não se pode ter. Ou ser.
"As coisas, uma vez pensadas, que necessidade têm de ser ditas?"
"Quando eu voltava para casa, contava aos meus pais que, na escola, todos
diziam que eu era simpático e inventava história divertidas que teriam
me acontecido. Só que, quanto mais eu encenava essa farsa, mais me
sentia diferente. O sulco que me separava dos outros ia ficando mais
profundo. Sozinho, eu era feliz; com o outros, tinha que representar."
"Sentada na cama estava Olivia.
Havia emagrecido muito e os ossos de suas faces estavam marcados e se
destacavam. Seu rosto estava tenso e cansado, e ela cortou bem curtos os
longos cabelos louros."
Trailer da adaptação cinematográfica de "Eu e Você" sob direção do cineasta italiano Bernardo Bertolucci
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