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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

The Wild - K. Webster



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The Wild


Eu as levei para a vida selvagem porque não podíamos mais viver na nossa realidade. O plano era recomeçar nossa vida na qual não incluísse um coração partido. 
Sem pessoas. Sem tecnologia. Sem interferência. 
Apenas nós. 
Uma chance de tentar juntar o que estava quebrado. 
Mas a vida selvagem é indomável e rigorosa. 
Brutal e implacável. 
Não dá a mínima para os seus sentimentos. 
A tragédia também vive lá. 
Sem escapatória das verdades que não deixam você livre. 
Tudo o que você pode fazer é sobreviver onde o amor, não importa o quão bestial, é a única coisa na qual você pode contar. 
Confuso. Errado. Belo. Doentio. 
O amor é selvagem. 
E nós vamos libertá-lo. 

Nota: The Wild é uma história extremamente tabu. A maioria achará que os temas deste livro o tornarão incrivelmente desconfortável. Este livro é apenas para os corajosos, os de mente aberta e os que desejam o amor, mesmo nas situações mais sombrias. Os temas sexuais extremos e a violência em certas cenas podem provocar os distúrbios emocionais encontrados nesta história. Se você é sensível a temas tabus pesados, então essa história não é para você.


Resenha da Bel



Contém Spoilers!!!


Me considero uma pessoa de mente aberta, tanto no campo literário, como na vida e poucas coisas conseguem me chocar. Para ser absolutamente sincera, o livro "The Wilde" não me chocou, mas me deixou muitas vezes desconfortável. Já li muito muitas vezes livros com temas ditos "tabu", mas nesse a autora usou todo o arsenal: incesto, pedofilia, obsessão descontrolada, abuso físico e emocional, estupro. 
A história desde o início não me agradou, mas, por conta de toda polêmica em torno do livro, o fato de ter sido banido pela Amazon e outras plataformas digitais aguçou minha curiosidade e foi a única motivação para levar a leitura até o final. 
Não quero entrar na questão de julgamento de certo ou errado dos temas polêmicos citados acima, pois com certeza geraria um debate sem fim, e não é esse meu propósito aqui. Mas, já que resolvi escrever uma resenha, não posso me abster de dar minha opinião em algumas questões. 

Antes de falar da história em si, não posso deixar de citar a NOTA da autora na sinopse do livro. Ela cita que o livro envolve temas - não especificando quais - sexuais extremos, com violência em certas cenas que podem provocar distúrbios emocionais. Bem, de qualquer forma, deu seu recado, mas, ao meu ver, o fez de forma insidiosa. 
Acho que "entendo" o que ela estava tentando dizer..., mas insinuar que qualquer pessoa sensível a esses temas não seja "corajosa" ou "aberta" é insultante. Diria que é quase uma provocação. Não gostei da forma como a autora colocou seu alerta. Confesso que me irritou profundamente. Na verdade, não soa como um alerta, parece mais uma estratégia velada em busca do efeito contrário. 

Vamos falar um pouco sobre a história.
Reed e sua esposa Sabrina tinham um casal de filhos gêmeos - Andrew e Devon - até seis anos atrás, quando o menino com 10 anos morre em um trágico acidente. Sua morte desestabiliza emocionalmente a família. Sabrina passa a maior parte do tempo na cama com depressão, deixando Reed sozinho para ajudar sua filha Devon, que ele chama carinhosamente de Pip, a lidar com a morte de seu irmão. 

"Seis anos após a morte de Drew e minha esposa ainda não se recuperou. Depressão é seu nome do meio. Perder Drew foi a gota d'água depois de anos e anos de tragédias que assolaram nossa família. Não houve volta depois disso. Ela está perdida. Para mim, perder Drew é a maior opressão de todas as mágoas em minha vida. É real. Palpável. Horripilante. E ainda assim não posso abandonar nossa filha. Ela ainda está viva e muito desesperada por amor." 

Reed é um multimilionário, mas resolve liquidar todos seus bens e compra um monte de terra no deserto do Alasca, numa região totalmente selvagem, afastada de tudo. Ele acredita que, se ficarem isolados e começarem tudo de novo, ajudará a família a continuar a vida sem Andrew. 
Resumindo, só ao chegar ao Alasca, eles sofrem um grave acidente, Reed e Devon ficam feridos e Sabrina morre. Então pai e filha ficam sozinhos no meio do nada. Devon, que, mesmo antes do ocorrido, já nutria um sentimento antinatural pelo pai, começa suas investidas tentando seduzi-lo. Reed se rende ao desejo e aos seus instintos selvagens. Aí começa uma relação que ao mundo exterior parece totalmente errada, mas no pequeno mundo deles não é. 
Reed se torna cada vez mais possessivo e protetor, ouso dizer, até insano. 
Quando a relação dos dois está mais do que quente, mais uma tragédia se abate sobre eles e, quando as coisas se acalmam, uma verdade vem à tona. 
Gente, fala sério, a autora tenta no final consertar a merda toda, mas, ao meu ver, não funcionou. 
Ao descobrir a verdade, Devon fica revoltada e foge totalmente ensandecida.
WTF???? Então ser fodida pelo pai tudo bem, mas ele mentir pra ela é totalmente imperdoável?

Bem, não vou me deter no final da história que se encaminha para um "felizes para sempre", pois quero falar mesmo é sobre aos tais tabus que causaram e ainda causam tanta polêmica. 

Não quero fazer aqui papel de "advogado do diabo", mas, na minha opinião, em algumas questões, houve certo exagero nas definições de alguns temas, como, por exemplo, na questão da pedofilia. Existe uma grande diferença entre moralidade e legalidade. No tocante à questão moral, é algo pessoal, ligado a conceitos intrínsecos, como: criação, conceitos morais, culturais e religiosos. Nesse caso em específico, na minha opinião, com 17 anos, Devon não é mais uma criança. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Olhando sobre o aspecto moral, alguns podem achar que é errado devido aos critérios que citei acima, mas legalmente falando o caso em questão não pode ser caracterizado como crime. Vejam o que diz a lei: 

O código penal considera crime a relação sexual ou ato libidinoso (todo ato de satisfação do desejo, ou apetite sexual da pessoa) praticado por um ou mais adultos com criança ou adolescente menor de 14 anos. Conforme o artigo 241-B do ECA é considerado crime, inclusive, o ato de adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. 

A questão do incesto, uma polêmica tão antiga quanto à vida humana em sociedade, que causa debates acalorados tanto de especialistas em religião, comportamento humano, bem como cidadãos comuns. 
Embora haja muita rejeição a esse tipo de relação, sendo tratado como um ato hediondo, no Brasil, o incesto não é considerado crime, desde que ambos sejam maiores de idade. 
A definição jurídica do incesto vem do latim incestu (impuro, impudico) e é definido como a conjunção carnal entre parentes por consanguinidade ou afinidade, que se acham, em grau, interditados, ou proibidos, para as justas núpcias. O artigo 183, do atual Código Civil, define essa proibição. Ou seja, incesto no Brasil não é crime, é moralmente proibido, é civilmente proibido, mas não é penalmente punível. A oficialização dessa união (casamento) é reprovada civilmente, não se pode casar, mas isso não é crime, torna totalmente nulo o casamento incestuoso, mas não é punido com reclusão, detenção ou pena. 

O fato é que nunca se chegou a um consenso e de certo nunca chegará, pois não envolve apenas questões, legais e morais, mas também emoções e sentimentos. 
Na minha humilde opinião, independente de concordar ou não, rejeitar ou não, o grande "X" da questão e todo o burburinho em torno do livro, pelo menos nessa questão em específico, são a forma em que o tema foi abordado. Já li outros livros com o mesmo tema, mas a maneira como a autora escreve ou descreve as cenas, remete sim a algo, vou chama de “sujo”, por não encontrar definição melhor no momento. O livro "Proibido" , da escritora Tabitha Suzuma (reveja o post AQUI), aborda o mesmo tema, com grau de parentesco diferente, mas a forma delicada, sensível que ela escreve nos causa reações completamente diferentes. Ao invés de nos acarretar desconforto ou até mesmo repulsa, como no caso de "The Wild", a escrita de Tabitha remete a um sentimento de simpatia pelo casal e compadecimento pelo desfecho da história, independente da opinião a respeito do assunto. Aí está o grande diferencial, o talento. 

O último tópico que comentarei, ao meu ver, praticamente não gera conflitos de opinião, que é moral e legalmente errado: a violência psicológica, a violência física e o estupro. Creio que não existem divergências com relação ao assunto e quem discorda do quão incivil, impróprio, inadequado, inaceitável, condenável, repugnante, horrendo, abominável, asqueroso, bárbaro, cruel, monstruoso, atroz, desumano, vil é tal ato, deve ter sua cabeça examinada. Enfim, violência e amor não se misturam, encaixá-los na história romântica de um casal é um total paradoxo. 

Achei o fato de a Amazon ter banido o livro uma atitude totalmente incoerente, para convencer-nos que o motivo da retirada de sua plataforma foi o conteúdo impróprio, teria que usar o mesmo critério para todos os livros similares. Acredito que eles se sentiram pressionados pelos leitores revoltados que ameaçaram boicotá-los. 
Independente dos temas serem fortes e polêmicos, não se justifica banimento, pois não senti em nenhum momento que a autora estivesse fazendo apologia a nenhum dos temas citados, ela estava apenas contando uma história. São temas reais, que acontecem na vida real e não podemos fingir que não existem. Defendo a liberdade de expressão e de criação do autor, e cabe a cada um optar em ler ou não e exercer o pleno direito de discordar do tema. 

Meu parecer final é: Eu NÃO RECOMENDO a leitura do livro, não pelos temas abordados. A narrativa não é ruim, mas a história tem muitas pontas soltas e o desfecho soou como uma tentativa frustrada de justificar os atos dos personagens durante a trama. Acho que o remendo ficou pior que o rasgo. Infelizmente não posso contar o motivo que me levou a essa conclusão, pois soltaria um SPOILER MUITO GRANDE e não quero estragar a surpresa de quem deseja ler o livro. 
Enfim, como disse anteriormente o livro me causou desconforto e não é esse sentimento que espero que um livro me transmita.
Além de tudo isso, não posso deixar de mencionar que Reed é... é... Não encontro palavras para descrevê-lo. Ogro, Neanderthal seriam adjetivos muito suaves para defini-lo. Durante a trama, ele foi se transformando radicalmente de pai amoroso em um amante, muitas vezes agressivo, possessivo e selvagem, e não de uma boa maneira.

Esse é o primeiro livro que leio dessa autora, portanto, não tenho um parâmetro de comparação, mas, se for me basear em The Wild, não me sinto motivada para ler nenhum outro livro dela. Quem sabe no futuro, quando esse sentimento ruim que o livro me causou tenha amenizado, eu dê uma chance a ela.





Para adquirir o livro

  The Wild foi retirado de todos os varejistas online, no entanto, você pode comprar o livro em formato de ebook em inglês no site da K. Webster: AQUI

Fonte: Goodreads
Postado por Bel

Um comentário :

Dani disse...

Bom meninas... confesso que li esse livro pelas polêmicas, mas percebi que dessa forma é que ele vai longe, pois não é tão polêmico como dizem e não acho que forma alguma, que se justifique seu banimento na Amazon e tanto falatório pela web.
Primeiro, vamos parar de hipocrisia, porque uma pessoa de 17 anos, sabe perfeitamente o que está fazendo e as de hoje em dia, já estão fazendo bebês há muito tempo. Dificilmente são virgens com essa idade e definitivamente, não podemos chamá-los de crianças.
Outra coisa muito importante é que no Brasil, não existem leis que proíbam relacionamento sexual após os 14 anos, mesmo que entre consanguíneos, desde que seja consensual e que o menor não seja incapaz.
Por último e não menos importante, essa coisa de incesto é algo criado pela sociedade, que desde os primeiros ódios, se cercou de regras para a sobrevivência em grupo. Nem na Biblia que é a palavra de Deus, existe uma clareza na posição de Deus, sobre esse assunto, mesmo porque, ele colocou Adão e Eva no mundo e como não haviam muitos humanos, como ele esperava que houvesse procriação? Não estou dizendo com isso, que defendo o incesto, muito pelo contrário, eu defendo que o amor entre pais e filhos deve ser um amor sagrado, mas se pensarmos no incesto como uma outra forma de manifestar amor e não apenas desejo, um tipo de amor puro e bonito e que perdure (encontro de almas), embora muito incomum e não aceito pela sociedade, não consigo julgar.
Já li cada livro com barbáries, totalmente dark's é que estão à venda na Amazon... então por que esse não? O último livro dark que eu li, o personagem masculino estuprava e batia na mulher, e depois de tudo, ainda ficaram juntos por "amor". Isso eu acho mais doente. Pelo menos nesse livro, não houve isso entre pai e filha... eles aprenderam a se amar e precisar um do outro com o tempo e por não terem mais ninguém por eles. Um pai que amava a filha e viu seu amor ser transformando em um amor de um homem por uma mulher. Isso foi muito duro para ele mesmo aceitar. Eu fico imaginando o tipo de culpa que se deve sentir nesses casos.
De qualquer forma, realmente, no final, quando o segredo é descoberto, a atitude da Devon, não tem nenhum cabimento.... isso sim foi um paradoxo, mas acho que faz o leitor dar uma pequena revistada em seus conceitos e julgamentos sobre a relação dos dois.
De forma alguma julgo a autora pela criação da obra... lemos sobre todos os tipos de coisas e não podemos achar que, embora um autor esteja abordado temas polêmicos, estejam fazendo apologia a eles.

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